- confissão
Onde o campo trespassa-me em espírito,
sonho agudo à margem do assomo,
que é um rio turvo e silêncio.
Calado eu fico e observo-te,
assim como a fome deseja o fruto.
As nuvens sabem-se prisioneiras do vento
e nada desejam além da mansidão.
Também sei-me um ente acorrentado,
tua carne abraça toda vontade.
Campo avesso - não sabes, nada percebe.
É que teu cheiro, em dom de alquimia,
denuncia: o delito é perto!
Abrupto o ataque, destruo o silêncio,
a inocência e a carne. Instinto é veneno.
Onde desejo, meu campo é voraz.